Não é coragem

A vida inteira me chamaram de corajosa. Quando aos 16 anos fiz rapel, aos 17 coloquei um piercing na lingua, aos 22 quando casei, aos 26 ao mudar de cidade e aos 29 mudar de país.

Nossa como você é corajosa. Coragem de se pendurar num penhasco presa por uma corda, coragem de furar a língua, coragem de assumir um compromisso tão sério tão cedo na vida, coragem de sair de um imóvel próprio em um bom bairro na cidade para encarar o interior e a maior de todas, a coragem deixar tudo para trás e recomeçar.

Aprender a descansar e não a desistir.

E quando digo tudo me refiro a família que amo muito (mãe , pai, irmãos, avós, primos e tias), um bom emprego, uma casa montada do jeitinho que sempre sonhei de frente para praia e, claro, amigos e tudo mais que me cercava.

O que sempre me deixou confusa foi por que ganhava esse título de corajosa. Nunca precisei de coragem para fazer nenhuma dessas coisas. Todas foram coisas que eu quis muito fazer e fui lá e fiz. E deram certo.

Sou muito feliz quando penso em todas as decisões que tomei pelo caminho, sejam elas um pouco doloridas como um piercing torto na lingua que precisou ser furado duas vezes ou que tragam a tristeza de morar longe da minha família.

Sigo não precisando de coragem na minha vida, estar cercada de pessoas que acreditam em mim e me incentivam têm sido o suficiente . Inclusive recomendo. Quando as pessoas ao seu redor acreditam no seu potencial fica mais fácil não perder a fé em si mesmo.

Então, não , não é coragem. É amor. Sempre foi o amor que recebi, a segurança que senti e a certeza que seria capaz de fazer dar certo.

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