Quando tinha 16 anos, meu melhor amigo morava na rua da frente da minha casa. Literalmente a 3 minutos de mim. E nossa alegria era poder estarmos juntos a qualquer momento. Sem rotinas ou regras. Nessa mesma época, a minha melhor amiga tinha um carro. E isso tornava a nossa vida mais instável ainda. Aproveitamos cada surto de espontaneidade que surgiram durante anos. Foi incrível, criamos memórias de uma vida. Eu não trocaria aqueles momentos por nenhuma outra escolha. Até quando fazíamos merda (adolescentes e jovens adultos né ), resolvíamos depois e as lembranças ficavam de recordação, sempre trazendo muitas risadas e bons aprendizados.
Mas ai nos crescemos. Eu me mudei da casa da minha mãe, comecei a trabalhar para me sustentar (e não mais para torrar por aí sem destino), faculdade, casamento, contas, cuidar da casa, cuidar de mim… E foi quando senti que se não organizasse minhas obrigações, priorizasse meus momentos de lazer e criasse hábitos eu não ia dar conta.
No início foi desafiador e por muitas vezes dolorido. Como tudo nesse processo de crescer e criar asas né?!
Quando encontrei o meu ponto de equilíbrio esse sofrimento passou. Consegui definir o que eu queria e o que eu precisava fazer. Fui buscando jeitos de conseguir fazer o que não gostava de um jeito mais agradável e fui aprendendo a curtir esses momentos. Cada conquista, cada novo desafio superado e cada aprendizado era motivo de comemoração. Inclusive, comemorar pequenas conquistas é algo que aprendi a fazer para celebrar o meu crescimento pessoal e faço até hoje, afinal, eu mereço.
Fica aqui minha recomendação para você sempre comemorar suas conquistas. Mesmo as mais simples ou pequenas. Sãos suas vitórias e você merece celebra-las.
Para meu espanto, quando tudo começou a funcionar percebi que tinha criado uma rotina. E pior, eu estava apaixonada nessa rotina. Eu e marido organizamos nossas atividades profissionais, definimos como íamos cuidar da casa e de nós mesmos. Compartilhamos sentimos quando algo não estava funcionando para um dos dois.
Entender e respeitar a individualidade de cada um foi o principal ponto para que nossa rotina ficasse boa. Eu sou a rainha da organização e planejamento. Meu marido é craque em pensamento lógico e funcional. Deixar as questões que precisam de planejamento comigo e delegar os pontos práticos ao marido, entender os sinais do nosso corpo e nível de energia, pedir ajuda quando sentir que não vai dar conta e aceitar que as vezes as coisas simplesmente dão errado, se tornaram os pilares das minhas rotinas.
A espontaneidade ainda tem um lugar muito especial no meu coração e me viro muito bem com o inesperado. Mas a tranquilidade que a rotina me trouxe, essa veio para ficar.