Poucas coisas mexem tanto com a nossa rotina quanto uma ida de emergência ao hospital e 14 horas depois um diagnóstico seguido de muitos meses de tratamento. Não é serio, mas poderia ser. Não tem cura, mas tem como evitar deixar aflorar. Não existe um motivo preciso para isso ter acontecido, mas vão dizer que foi culpa minha e do meu peso.
Claro que já tenho 30 planilhas prontas para guiar todo meu tratamento, desde remédios, exames, consultas a alimentação, repouso e exercícios aprovados pelos médicos.
Minha mente ainda tem problemas em processar que estar doente vai além do que os nossos olhos podem ver e sempre que me olho no espelho, acho que já estou melhor. Afinal, não pareço abatida nem sangrando. Mas basta um movimento brusco ou pegar algo pesado do chão, que a dor no meu abdômen me lembra que ainda estou me recuperando da inflamação interna e é preciso paciência.
Paciência essa que descobri não ter. Estou acostumada com viroses que duram 3 dias, cólicas de 2 dias ou até mesmo pequenos machucados que em 12 horas estão sarados. Ter que viver semanas de repouso e meses de tratamento, é desafiador. Para mim, para meu humor e para quem me cerca.
Os médicos aqui de Toronto têm sido super acolhedores, me explicando tudo e em momento nenhum falaram sobre meu peso ou medidas. Estou sendo muito bem tratada por eles e adoraria quem pessoas ao meu redor, que nem médico são, tivessem esse mesmo comportamento. Mais uma vez estou tendo uma experiência bem fora do comum com a saúde de Ontario, onde normalmente só existe reclamações. Da minha parte, só tenho elogios. Até mesmo as 14 horas na emergência, mesmo que exaustivas, foram dignas e compreensível.