Eu nasci no primeiro ano em que a venda de CDs superou a venda de discos de vinil. Então posso dizer que sou da geração CD, MP3, Spotify and Apple Music. O auge da minha era musica foi quando ganhei um aparelho de som gigante, que tocava tudo, tinha saída USB, vitrola, toca fita, CD e rádio.
Quando estava empacotando minha pequena mudança do Brasil para Toronto (lembrem-se que só trouxemos 2 malas cada um), deixei para trás minha querida coleção de CDs, todos meus arquivos digitais de músicas em HDs externos. Somente o Spotify instalado no celular me lembrava das minhas melodias favoritas.
Depois de 4 anos morando fora, sem muitos objetos que representassem minha história, resolvi embarcar no mundo da vitrolinha. Comprei uma Gemini TT-900BW quando estive em Nova York (mesmo com a diferença de câmbio entre dolar americano e canadense, estava valendo mais a pena comprar por lá). E desde então meu hobby delicinha é procurar por discos de vinil na internet ou em sebos de Toronto que me tragam alegria.
Outro dia estava lendo um artigo no jornal (ou melhor, no Apple News), falando sobre a nova crise da meia idade e como trocamos o carro conversível vermelho e o cabelo pintado de acajú por voltar a andar de patins e colecionar discos de vinil. Eu fiz os dois. Eu tenho 30 e poucos anos. Acho que estou na nova crise da meia idade.
Mas o bom de “envelhecer” (!!) é que deixamos de ligar, se é que um dia ligamos, para o que os outros falam ou pensam.
Para mim é extremamente terapêutico e gostoso, achar um disco que eu gosto, ver o encarte, por para tocar no sábado de manhã, enquanto passo um café e danço de meia pela casa.
O simples ato de tirar o disco da capa e por na vitrola é uma ação delicada. Precisa de atenção e cuidado. Coisas que não temos em atividades automáticas do nosso dia a dia. Preciso dizer que já arranhei 2 discos por puro descuido. Agora sempre que vou colocar minha música, presto atenção no que estou fazendo, faço devagar e com delicadeza. É um ritual e me faz bem.
Os discos antigos ou atuais (sim, os artistas voltaram a lançar discos físicos de vinil) são objetos de uma coleção que me representa e me deixa feliz. Se você quiser saber quais os discos eu tenho escutado ou quais estou a procura, me segue lá no IG @MCarolyneS_, tem um destaque com alguns dos meus favoritos.
Posso dizer que esse hobby esta indo bem melhor do que voltar a andar de patins…